Escola de Discípulos Lição 8 – A ressureição dos mortos e o juízo eterno

Lição 8

A MORTE FÍSICA

A morte física é uma realidade tão discutida como o próprio Deus. A vida além túmulo é motivo de preocupação até naquelas tribos indígenas ainda não alcançadas pelo homem. Para alguns o homem vive num constante processo de reencarnação (Hb 9:27; Jó 7:9-10), auto purificando-se com boas obras (Pv 20:9; Ef 2:8-9); para outros, a exemplo dos saduceus, não existe vida após a morte (At 23:6-8), a morte significaria extinção da vida (Sl 115:17, Jo 11:25), há quem afirme também, baseados em alguns versículos como I Ts 4:13, I Co 15:51 que a alma está inconsciente após a morte, aguardando a ressurreição como se estivesse dormindo. Mas o termo dormir se aplica ao corpo e a vida terrena, pois a bíblia fala de consciência após a morte (Lc 16:19-31; Ap 7:9-10). A palavra morte (grego = thanatos) significa separação. E é exatamente isso que ocorre na morte física. A parte imaterial (espírito, alma) separa-se da parte material (corpo) e é levada a um lugar ou estado intermediário, a fim de aguardar a ressurreição dos mortos. O corpo porém decompõe-se (volta ao pó) e será novamente restaurado durante a ressurreição para comparecer diante do juízo eterno (Ap 20:12-15; I Ts 4:16).

O ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS MORTOS

Um texto bastante esclarecedor sobre o estado intermediário dos mortos encontra-se em     Lucas 16:19-31, esta passagem conta a história da morte do rico e de Lázaro. A Bíblia esclarece que os ímpios vão para um lugar de tormento (v 23) mas o justo para um lugar de descanso (v 22), veja ainda (Sl 73:24; Pv 15:24; Fp 1:23). Os mortos conservam o sentido da vista (v 23), lembrando-se das coisas terrenas (v 28), reconhecem os mortos com os quais, em vida, conviviam (v 23). Não existe comunicação dos mortos com os vivos (vs 27-31). A necromancia, portanto é uma farsa diabólica (Dt 18:11; Is 8:19-20). A Bíblia usa o termo hebraico Sheol, e o termo grego Hades na maioria das vezes que se refere ao lugar de tormento e castigo, para onde vão os ímpios (Mt 22:13; Dn 12:2).

Por outro lado, a Bíblia descreve o paraíso como um lugar de consolação (Lc 16:22-25) de comunhão com o Senhor (II Co 5:6-9; Fp 1:23; II Co 12:2-4) o que seria absurdo se o homem estivesse inconsciente, dormindo. Quando a Bíblia fala dos mortos como dormindo (I Co 15:6) não está se referindo a uma forma de dormir, inconsciente, mas de repouso, de descanso em relação a vida terrena. Quando alguém morre cessa seu testemunho e louvor na terra dos viventes                (Is 38:17-18; Sl 27:13; Sl 115:17) o que não significa que não haja louvor após a morte (Sl 115:8; Ap 6:9-11). O Inferno é descrito geralmente como um lugar inferior (Is 14:9, Ez 31:16; Lc 10:15), ao passo que o paraíso é descrito como estando no terceiro céu (II Co 12:2-4; Pv 15:24) embaixo do altar do Senhor (Ap 6:9-11). Lucas 16:26 fala também de um grande abismo, onde estão aprisionados anjos caídos (II Pe 2:4; Jd v6) que serão soltos durante a grande tribulação             (Ap 9:1-11).

A RESSUREIÇÃO DOS MORTOS: O termo ressurreição vem do grego “anastasis” e “egeiró” que significam  “tornar a vida; levantar-se; erguer-se; despertar”. É quando o espírito e a alma unem-se ao corpo (milagrosamente reconstituído). A ressurreição dos mortos foi predita no velho testamento  (Dn 12:2),  Abraão cria nela (Gn 22:5, Hb 11:17-19) e há inúmeras referências a ela por todo o Antigo Testamento (Sl 49:15;   Is 26:19; Os 13:14). Jesus ensinou a doutrina da ressurreição (Js 28:29; 6:39,40,44,54) e provou na prática a sua eficácia (Lc 24:6; Ap 1:5; Cl 1:18). A ressurreição dos salvos ou primeira ressurreição, comporta 3 distintos grupos, tipificados pela ceifa judaica:

Cristo e vários santos do Antigo Testamento são indicados como “as primícias dos mortos(I Co 15:20; Mt 27:52-53) representando o primeiro molho de trigo colhido (Lv 23:10-12; I Co 15:53). O segundo grupo é composto por todos os mortos em Cristo que ressuscitarão na volta de Cristo (I Co 15:51-52; I Ts 4:14-17). Por fim, o restolho da ceifa, isto é, as espigas da colheita serão os mártires da grande tribulação (Ap 6:9-11; 7:9-17;14:1-5; 20:4-5). Os salvos receberão um corpo glorificado como o de Cristo (Fp 3:21). Somente no fim de tudo é que se dará a ressurreição dos ímpios, para o julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20:12; Dn 12:2; Mt 10:28).

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO: Uma das bases mais poderosas da esperança dos crentes é a promessa da volta de Cristo   (Jo 14:3), apesar de muitos duvidarem (II Pe 3:8-10) certamente ele -virá (I Ts 4:13-18). É importante entendermos porém  que esta vinda se dará em duas fases específicas. Apesar de parecer um só evento, o seu contexto  tem duas etapas específicas:

1ª FASE: Conforme I Ts 4:13-18 Jesus virá para arrebatar a sua igreja (v 17), e ressuscitar os salvos   (v 16) a fim de levá-los consigo para as bodas do cordeiro (Mt 25:1-12; Ap 19:7). Nesta primeira fase Cristo vem para a sua igreja (II Co 11:2), invisível para o mundo (Mt 24:39), somente até as nuvens (I Ts 4:17), haverá segredo (Mt 24:44), será como o relâmpago (Mt 24:27;   I Co 15:52). Note que após o arrebatamento da igreja o Espírito Santo também é tirado da Terra (I Ts 2:7) e os anjos (Hb 1:14; Ap 7:11), restando aqui apenas multidões de pessoas que ouviram  e rejeitaram o evangelho (Mt 24:14), desviados e crentes que não vigiaram (Mt 25:13). Todos debaixo do governo do anti-cristo (primeira besta Ap 13), guiados pelo falso profeta (segunda besta Ap13) servindo ao Dragão (Lúcifer Ap 13).

O TRIBUNAL DE CRISTO: Logo após o arrebatamento (durante a 1º fase da vinda de Jesus) se instalará o TRIBUNAL DE CRISTO para os crentes (II Co 5:10). Não se trata de julgamento para salvação ou condenação (Rm 8:1; Jo 5:24; I Jo 4:17), uma vez que toda a igreja já é salva. Trata-se de julgamento para entrega de galardão (recompensa) como descrita em (Ap 22:12, I Co 4:5). Em Atenas os atletas vencedores eram julgados para receber o seu prêmio (coroa) (I Co 9:24-25). Nossa vida cristã será julgada (I Co 3:9-15), o Fogo aqui é juízo de Deus (Dn 7:9-10). As obras praticadas pelos crentes serão submetidas ao julgamento naquele dia para se determinar se são boas ou más (Grego poneros = inúteis / kakos= eticamente mal) (II Co 5:10).

2ª FASE: A Bíblia ensina que virá sete anos de grande tribulação sobre a terra (Dn 9:7; Mt 24:15,21). O dragão (Lúcifer) levantará um governante político (o anti-cristo) e um líder espiritual (o falso profeta) (Ap 13:1-8; 17:8-13; II Ts 2:3-9; I Jo 2:18; Ap 13:11-18). Eles formarão uma confederação  de nações opostas a Deus (Dn 2:33,34,44; 7:7,8,24,25; Ap 13:3,7; 17:12,13). Então Jesus virá pessoalmente com os anjos e a sua igreja (Ap 19:11-21), conforme o texto de Zacarias (14:3,4) todo o olho verá (Mc 14:62; Ap 1:7). Jesus derrotará  o  anti-cristo e seu exército (Ap 19:15-21), satanás será preso (Ap 20:2,3). E Jesus reinará sobre a terra durante mil anos (Ap 20:5-6). Esta vinda de Jesus para derrotar as forças malignas é a segunda fase.

O JUÍZO FINAL E O DESTINO DA IGREJA: Após o milênio, se instalará O Grande Trono Branco (Ap 20:11), ele é símbolo do poder de Deus para executar a justiça. Jesus será o juiz (At 17:31; Jo 5:22-27). Todos os ímpios serão ressuscitados para comparecer em juízo (Rm 2:16; Ap 20:12) e aquele que não estiver inscrito no livro da vida (Lc 10:20; Ap 20:15) será lançado no lago de fogo (Ap 19:20; 20:10-14-15). Esta será a Segunda morte (Ap 21:8). Os céus e Terra que agora conhecemos, passará. Deus fará novos céus e nova terra (Ap 21:1). Colocará seu trono na terra entre os homens (Ap 21:3). Não haverá pranto, nem luto, choro nem dor (Ap 21:4). Viveremos para sempre com o Senhor (I Ts 4:17).

Leitura sugerida: Apocalipse: Visão de nossa vitória final em Cristo – Paul Yonggi Cho

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