OBSERVANDO O TODO
Introdução:
A saúde de uma igreja é medida pela capacidade de enviar missionários e não pela capacidade de lotar o templo. |
O segredo na vida é fazer as perguntas certas! Quando se fala em crescimento da igreja, normalmente se pergunta: O que fará a nossa igreja crescer? Esta é uma pergunta errada. A pergunta certa deve ser: O que está impedindo nossa igreja de crescer? Além disso, o enfoque normalmente tem sido colocado no lugar errado. O enfoque deve estar na saúde da igreja e não no seu crescimento. Uma igreja saudável cresce. Esta é a lei da natureza. O organismo (a igreja é um organismo vivo) que não cresce está doente. A chave para a igreja do século XXI, portanto, está na saúde espiritual da igreja e não no seu crescimento.
Os mitos sobre o crescimento da igreja
1) A única coisa que importa para as grandes igrejas é o número de freqüentadores. Uma igreja não cresce se pensar apenas em ter pessoas assentadas nos bancos.
2) Grandes igrejas cresce às custas de igrejas menores. Em alguns casos isso é verdade, mas não é a regra.
3) Você deve escolher entre qualidade e quantidade em sua igreja. Sem qualidade não existe quantidade. É por causa da qualidade da igreja é que ela cresce e não o inverso. Qualidade se refere ao tipo de discípulos de Cristo que a igreja produz. Quantidade se refere ao número de discípulos que a igreja está produzindo. Ambos são importantes e estão inter-relacionados.
4) É necessário comprometer a mensagem e a missão da igreja para que ela venha a crescer. O pressuposto aqui é que uma igreja que está crescendo deva ser superficial e sem compromisso. Na verdade é o inverso que acontece! Jesus atraiu multidões e nunca comprometeu a verdade. Além disso, ele exigia entrega total; compromisso total. Jesus nunca rebaixou seus padrões e multidões o seguiam, mas ele sempre começava onde o povo estava. Cobrar dedicação não afasta as pessoas; o que as afasta é a forma como ela é cobrada. Desafiar as pessoas a assumir um compromisso sério com a igreja acaba atraindo mais pessoas que afugentando. Quanto maior o compromisso, maior é a resposta. As igrejas falham em explicar o seu propósito, a sua visão e o valor e os benefícios de uma vida comprometida.
5) Se você for bastante dedicado sua igreja vai crescer. O trabalho dedicado, por si só, não faz crescer a igreja. Ec 10.10 nos traz uma grande lição: “Se você deixa o machado perder o corte e não o afia, terá de trabalhar muito mais. É mais inteligente planejar, antes de agir”(BLH). A questão decisiva é trabalhar bem e não arduamente. Reservar tempo para aprender as habilidades do ministério, a longo tempo, vai economizar mais tempo e trará melhores resultados. É necessário mais do que dedicação para levar a igreja a crescer é preciso usar a inteligência (1 Co 3.10). As igrejas crescem pelo poder de Deus, através dos esforços de pessoas habilidosas (1 Co 3.6-13).
6) Existe uma chave secreta para o crescimento da igreja. Não existe uma receita pronta. Deus usa infinitas formas de agir. Nunca devemos criticar o que Deus está abençoando, mesmo que seja um estilo de ministério que faz com que alguns de nós não nos sintamos muito à vontade. Se todas as igrejas fossem iguais seria atingida só uma pequena parcela das pessoas. Contudo, não podemos confundir métodos com a verdade bíblica. A mensagem não pode mudar, enquanto que os métodos devem se atualizar a cada geração.
7) A fidelidade é tudo o que Deus espera. Esta é uma meia verdade. Deus espera mais do que fidelidade. Deus espera fidelidade e frutos (Jo 15.8, 16; Cl 1.10; Mt 21.19)! Há muitas variações do termo fruto, no NT. Todavia, de modo especial, o fruto do crente é outro crente. A fidelidade, por outro lado, foi definida por Jesus como a disposição de enfrentar os riscos para dar o fruto que ele espera. Em Mt 25.14-30, na Parábola dos Talentos, os servo que enterrou o seu talento por causa do medo foi chamado mau e negligente/preguiçoso; os que duplicaram os seus talentos foram chamados bons e fiéis. “Se você não enfrentar nenhum risco em seu ministério, então não é necessário que tenha fé. E se seu ministério não necessita de nenhuma fé, então você está sendo infiel”. Quando uma igreja insiste em usar métodos que não funcionam está sendo infiel.
8) Não há nada a aprender nas grandes igrejas. O que pode ser aprendido são os princípios aplicados em uma igreja, nunca os seus métodos. Princípios são universais, métodos são específicos. Princípios são transferíveis.
Por fim, algumas perguntas fundamentais, que devem ser feitas constantemente e cujas respostas devem estar claras:
1) Quais são os assuntos primários:
- Quem é nosso mestre?
- Qual é a nossa mensagem?
- Qual é a nossa motivação?
2) Quais são os assuntos secundários:
- Quem é o nosso mercado?
- Quais são nossos modelos?
- Quais são nossos métodos?