A importância de Jerusalém em Missões
Robert Lay
Atos 1:8 “Porém, quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês receberão poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até nos lugares mais distantes da terra.”
Nesse versículo Jesus resume a sua estratégia de evangelização. Começar pequeno, em casa, aglutinando pessoas ao redor de pessoas. O seu núcleo mais estreito era composto de quatro pessoas. Ele mesmo e mais três: Pedro, Tiago e João. Estes influenciaram os outros nove discípulos, que juntos influenciaram os 70, que geraram mais 120 seguidores. Todos eles estavam prontos, esperando o revestimento do poder do Espírito Santo em Pentecostes, para dar continuidade ao movimento iniciado por Jesus, chamado Igreja.
Na sua primeira experiência evangelística, Jesus envia os 70 para outras cidades, para irem de casa em casa e desejarem “que a paz de Deus esteja nesta casa!” (Lucas 10:5). Se ali morasse um ser humano de paz, esta paz aceita por aquela casa geraria imediatamente comunidade, que se espalharia rapidamente pela vizinhança como movimento. Note bem que Jesus não mandou as duplas irem às cidades para alugar um salão, comprar 50 cadeiras e começar a pregar. Nem tampouco comprar um terreno ou construir uma igreja (prédio).
Jesus ensinou durante a sua caminhada de três anos como se evangeliza: Muito amor, compaixão e misericórdia pelas pessoas e suas necessidades. O método evangelístico de Jesus era centrado em construir pontes para as pessoas, para alcançar-lhes a atenção e o coração. Falava com elas em qualquer lugar, nas sinagogas, nas beiras de praias, rios, lagos, ao lado de poços de água, nas casas, festas de casamento, jantares, praças, montanhas etc…, lá aonde as pessoas estavam. Atos 1:8 é importante porque após a conversão dos 3.000, o processo que Jesus iniciou toma forma e a igreja se espalha pelas casas, começando em Jerusalém.
O apóstolo Paulo teve a mesma experiência. A sua Jerusalém foi em Antioquia, como aprendiz e discípulo do seu mentor espiritual Barnabé, nessa igreja local (casas dos crentes na cidade). Assim como Barnabé aprendeu com Jesus, Paulo aprendeu com Barnabé e passou adiante a mesma estratégia a Timóteo, Tito, Epafrodito, Epafras, etc.
Hoje
A igreja local precisa, primeiro, se tornar um movimento. Uma comunidade de pessoas que se importa com as necessidades da sociedade, como Jesus o fez.
Bons missionários saem de igrejas vibrantes que levam a salvação dos perdidos ao seu redor a sério. Fervor evangelístico local e paixão pelo Reino são um verdadeiro laboratório e criatório de missionários bem-sucedidos lá fora (Mateus 9:36).
Quem aprendeu a ganhar, discipular e encaminhar os seus discípulos para ganharem e discipularem outros em casa, pode repetir ou continuar esse processo na Judeia, em Samaria e até os confins da terra.
Misisonários eficazes em terras distantes são treinados em casa, em Jerusalém, não numa escola ou conferência missionária. Após as pessoas terem aprendido na igreja local o processo descrito acima, poderão receber o treinamento complementar em uma escola especializada em missões.
A chave é a igreja local. Se uma igreja local é pequena demais, ela pode se associar a uma rede de igrejas em células como a Rede Missionária de Igrejas em Células (CCMN) ou a outras grandes igrejas em células, como a Antioch, no Texas, etc.
Creio que ainda estamos engatinhando nesse processo. Precisamos fazer uma transição nessa área também. Que Deus nos conceda a misericórdia para tanto.
No SEU serviço,
Roberto Lay
Uma consideração sobre “A importância de Jerusalém em Missões Robert Lay”